domingo, março 13, 2011

POBRE MUNDO NOVO

Vejo-me sentada no banquinho,
da praça em frente ao mercadão.
Tempos bons de balada e flertizinho,
de longas caminhadas nas madrugadas.
Nada de internet e de barzinhos.
Não me lembro de ter sido assaltada,
sequestrada, muito menos violentada.
Relâmpagos eram os amores à primeira vista
e o breve sequestro para um namoro escondido.
Hoje, pobres adolescentes,
Dizem-se pensadores,
acreditam que são livres.
São integrantes da sociedade
presos aos computadores.
Não caminham nas madrugadas,
não dançam mais coladinhos.
O álcool, o fumo e as drogas
os limitam aos barzinhos.
As madrugadas oferecem violência,
e o amor fora de moda,
está arcaico e sem segredinhos.
Não terão história para contar,
presos neste mundinho
esperando o tempo passar.


de SILVIA TREVISANI

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