segunda-feira, outubro 17, 2011

Silvia Trevisani - ÓIA AQUI PRO MEU OIÁ


  

Imagem: http://www.google.com.br

Vem cá minha cumpanhera,
Senta aqui pra mode nóis proseá.
Outrora que nóis casemo
nem dá tempo pra conversá.
Senta aqui minha muié,
Vem cá pra eu te oiá,
As ruga derrubaram tua beleza
Na dureza desse lugá.
Senta minha cumpanhera,
Óia aqui pro meu oiá,
Minha barba tá branquinha,
Nem vimo o tempo passá.
A fiarada tá tudo grande,
pra cidade foi estudá.
Num sei se lembra da gente,
e da beleza desse lugá.
Ocê é minha cumpanhera,
nunca quis me abandoná.
E eu nunca me encorajei
de abandoná esse lugá.
Aqui finquei as raíz
da vida que eu quis levá.
Se nóis fô pra cidade grande,
lá nóis vamo assustá.
Tem tanto barulhu
que nem escuta o sabiá.
Todo mundo qué robá,
se não roba qué matá.
Nóis aqui vamo vivê,
até o dia que Deus Chamá.
de Silvia Trevisani

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