sábado, abril 21, 2012

Masoquismo


Tem uma faca na boca
e com ela me sangra
- mas depois de cortar,
me estanca -

Essa faca tem força,
busca sempre o pescoço
me esvai e cega,
expõe nervo e osso.

depois desce assim pelo corpo
misericordiosa e precisa.

Sem perguntar
trata-me como fruta madura

e me cauteriza.

(do meu livro LEOA OU GAZELA, TODO DIA É DIA DELA)

3 comentários:

DALVA SAUDO disse...

Linda! Linda sua poesia! Amei!

Ana Bailune disse...

Uau! Poesia forte, como eu gosto.

Flá Perez (BláBlá) disse...

obrigada!!!

bjbjbj