terça-feira, maio 01, 2012

Voo


Por que eu deveria
deixar de me iludir?
Que régua traça
essa linha hamletiana
de Ser ou Não Ser?
Eu quero os holofotes coloridos
dos sonhos indevidos
e as lantejoulas brilhantes
da pura inconsequência.
Recuso-te árida realidade
dos homens tristes.
Recuso-te angústia
dos limites férreos de
inúteis esquemas
e fascistas sistemas.
Que eu seja Zaratustra
e nietzschiano vença
as alturas dos arames
e paire sobre as agruras,
pois nasci nas Montanhas
e o vento canta comigo.
Venha sim, Princesa,
ainda que digam,
é alta, nobre, pura e bela
a grandeza de toda cor.
Voe comigo, pois eis que
existir é maior que o abismo
e somos deuses
com vontade de viver...

              Para C.

Um comentário:

DALVA SAUDO disse...

Como sempre... linda poesia Fábio. Linda, linda... sempre se superando e nos encantando com versos!