Olhe
pra mim
Sem
notar as rugas na face
O
branco nos cabelos ou meu corpo imperfeito
Veja
se trago nos lábios um sorriso desfeito.
Olhe
pra mim
Sem
observar as roupas dentro ou fora de moda
Se
ando de táxi, de carro próprio ou de ônibus
Sem
julgar se sou alguém que luta ou se acomoda.
Olhe
pra mim
Sem
tentar adivinhar meu status
Se
sou pobre, rico ou emergente
Pela
forma pela qual eu me apresente.
Olhe
bem pra mim
Veja
se trago brilho no olhar
Se
tenho atitudes gentis e cordiais
Que
demonstram maneiras simples de amar.
Olhe
bem pra mim
Reconheça-se
em mim
Mesmo
que não admita
Somos
iguais sim.
Olhe
bem pra mim
Sem
ver a coloração desta casca que tomamos emprestada
Se
minha pele é negra, branca ou amarela
Já
que a mesma essência nos foi dada.
Olhe
bem pra mim
E
veja minha luz interior a refletir em ti
Atenda
essa voz e ouça com atenção
O
grito de teu coração.
Rosana Montero Cappi
2 comentários:
Belíssismo! O olhar dirigido ao próximo deverá ser limpo, sem idéias pré concebidas! parabéns pelo lindo trabalho.
Maravilhosa poesia!
Um grito, um desabafo que muitos gostariam de ter mas ficam impotentes, sem voz, apenas sangrando o coração sem para raios!
Ah! que dor terrível na alma tem as minorias, os diferentes... mas como você diz com a mesma essência!
Cada vez mais cresce minha admiração por você Rosana Montero Cappi!
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