segunda-feira, março 10, 2014

Vocè o príncipe e eu a rosa
























Como alcançar o inalcançável?
Como tocar o inacessível?
Como contemplar o invisível?
Como ouvir canções mudas?
Penso, repenso, e não compreendo:
Qual a razão de tamanho engano?
Tão perto do corpo e tão distante,
Tão longe da mente e tão aqui.
Tudo que preciso é de uma chance,
Uma oportunidade de sentir.
Mais uma única vez, que seja,
Um único momento sendo só meu.
Não me despreze mais.
Não fuja ou minta.
Não se acovarde.
Não resista.
Seja piedoso e dê-me um pouco de si.
Não me deixe assim com tamanha tristeza,
Com um peito que sangra incontinente,
Com a velha ferida ainda aberta.
Um dia me cativou.
Você o príncipe e eu a rosa.
Não me deixe aqui tão só,
Seja generoso.
Você se esconde atrás de si mesmo.
Ama-me, mas não admite.


Do livro: Peripécias de Poeta de Teresa Azevedo

Imagem do livro "O pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry

2 comentários:

Ana Bailune disse...

Um bom príncipe sempre cuida de sua rosa, e volta para ela.
Belo poema!

Teresa Azevedo, menina mulher. Prosa e Verso. disse...

Concordo plenamente Ana.
Agradeço por suas visitas.
Abraço,