sexta-feira, outubro 22, 2021

LOUCURAS DE MAMÃE

 

No bairro onde moro, sempre encontro pessoas que perguntam pelo estado de saúde de mamãe, eu dou respostas curtas e logo me retiro,    não tenho muita paciência para ficar batendo papo, dando detalhes,  confesso que tenho uma certa preguiça de falar. 

— Lucas! Como está a sua mãe?

Melhor, D. Rita, eu fui visitá-la ontem, ela está bem melhor mesmo. 

Logo que eu me vi livre da vizinha comecei a pensar na resposta que dei a sua pergunta.

Achei que estava melhor sim, e respondi com sinceridade.  Da última vez que fui visitá-la, ela disse que estava muito cansada, e realmente parecia muitíssimo cansada, tinha até olheiras profundas, lhe perguntei o porquê de tanto cansaço, achei que poderia ser enfermeiros lhe dando muitas atividades físicas numa tentativa de aumentar a sua serotonina.

Bem, diferente do que eu pensei, ela me respondeu que estava cansada, porque tivera muitos filhos, e que eles davam muito trabalho, principalmente à noite, quando miavam demais. A pobre estava toda arranhada de tanto se enfiar embaixo da cama, procurando seus "filhos".

Comparando com o estado em que ela se encontrava antes da internação, posso até dizer que estava ótima.

Ela tinha ficado uma semana inteira embaixo da cama com a luz apagada, não saía nem para comer, a única pessoa que podia entrar no quarto sem correr risco de morte era a minha avó; meu pai, coitado, vivia todo mordido e unhado, toda vez que ele tentava se aproximar, ela atacava.

Eu já estava bastante acostumado com as frequentes perguntas, dos vizinhos, conhecidos e parentes; não me deixava nem um pouco constrangido, todos sabiam como era a vida de minha família.

Quando minha mãe surtava; o que, não era raro, todos tomavam conhecimento e tentavam ajudar de alguma maneira.

Lembrei-me da vez em que ela pegou o carro de madrugada e foi embora. Não tínhamos outro carro para segui-la, somente no dia seguinte é que fomos atrás dela, com um carro emprestado do nosso vizinho.

Procuramos em todos os cantos: casa de parentes, hospitais, cadeias, IML e nada. Foi desesperador. No entanto, depois de uma semana, conseguimos encontrá-la numa praça qualquer da cidade, descalça, com as roupas imundas e rasgadas, os cabelos emplastados. Quando tentamos trazê-la para casa, ela se debateu, chutou, mordeu e se agarrou no banco da praça, foi preciso contar com a ajuda de várias pessoas para levá-la até o carro.

            No trajeto para casa, ela gritava, cuspia, babava e lambia o vidro do carro, que ficou todo melecado com a sujeira de suas mãos e rosto.

            Chegando em casa, foi preciso duas pessoas para dar-lhe um banho, nós a colocamos embaixo do chuveiro, o sabonete e o xampu tinham que ser passados na esponja, para que ela não comesse ou bebesse; por várias vezes enfiei o dedo em sua boca para tirar os pedaços de sabonete, só depois tiramos as suas roupas imundas, que foram direto para o lixo. Meu pai a segurava, enquanto a minha avó a lavava, enquanto isso fiz um suco e misturei com seus medicamentos mais fortes, então ela tomou no chuveiro mesmo e foi se acalmando aos poucos, voltando a falar com um pouco de coerência, depois do banho a colocamos na cama e ela dormiu calmamente por várias horas.

Mamãe sempre foi muito sensível e caridosa, nada era somente dela, sempre que tinha oportunidade de ajudar o próximo lá estava ela de braços abertos.

Nossa geladeira tinha apenas o essencial para o dia a dia e nossos armários tinham trancas com chaves, como também os guarda-roupas e as sapateiras. E havia um motivo para isso. Quando alguém chegava batendo na porta e pedindo algo para comer, ela dava tudo o que estava ao seu alcance; frutas, macarrão, arroz, óleo..., enchia as mãos, as sacolas e entregava. E ainda falava:

—Espera aí que tem mais um pouquinho.  Dava tudo o que tínhamos em casa. O mesmo acontecia com as roupas e os sapatos.

Não podia ver uma pessoa passando frio ou com roupas surradas. Quando víamos, tínhamos que tirar da mão dela e esconder. Mesmo assim, ela não se conformava e ficava procurando pela casa algo que pudesse ser doado.

Meu pai sempre teve muita paciência e nunca acreditou que ela fosse ficar pior.  

Ele conta que a viu pela primeira vez em uma viagem que fez para visitar uns tios em Minas Gerais, foi paixão à primeira vista. Eles se conheceram em uma pracinha onde os rapazes e as moças iam passear.   Coisas de cidade pequena. Ela estava com as irmãs e ele logo se encantou pelos seus grandes olhos negros e seu sorriso.

Eles conversaram um pouco e se despediram a partir daí começaram a se encontrarem sempre na presença de alguém, nunca podiam ficar sozinhos.   O namoro foi praticamente através de cartas, pois ela vivia em Minas e ele em São Paulo.

— Ela ficava um pouco nervosa, quando morava com os pais — dizia ele. — Era uma casa de regras severas, então as brigas eram frequentes, o que a deixava inconformada e triste, chegando até a fugir de casa por várias vezes, quando regressava apanhava muito e ficava de castigo presa em seu no quarto.

            Depois de um ano se correspondendo eles se casaram. Ninguém falou para o meu pai sobre as crises que ela tinha de vez em quando, tampouco dos remédios que ela tomava.

Porém, quando estavam juntos ela era extremamente alegre, risonha e encantadora. Nunca passou pela sua cabeça que ela pudesse ter algum problema mais sério.  Era apenas um pouco excêntrica, gostava de usar chapéu, fazia suas próprias roupas e usava umas maquiagens bem fortes e   não tinha nenhum senso de direção. Quando saiam juntos para passear ela ficava distraída vendo alguma coisa e depois não sabia para onde estava indo e acabava se perdendo, isso acontecia sempre.

Na lua de mel eles viajaram para uma cidade grande, ela sumiu, ele ficou duas horas andando de um lado para outro tentando encontrá-la. Quando a encontrou ela estava tranquila tomando um sorvete e nem tinha notado a ausência dele, fora essa desatenção ela não tinha nada de anormal.

            Um ano depois eu nasci, foi aí que ela ficou estranha, queria que eu fosse uma menina, não aceitava de jeito nenhum um menino, então chorava muito e me vestia de menina, foi quando minha avó veio para ajudar a cuidar de mim.

Foi então que meu pai tomou conhecimento através de minha avó, que ela já tinha feito tratamento e já estivera internada por causa das crises, o que ele achou um exagero, uma falta de humanidade. Na verdade, não deu nenhuma importância ao que sua sogra disse. Ele dizia que algumas mulheres ficavam assim após o parto, que era apenas uma fase e que logo ia passar.

Depois de um tempo ela se acostumou com o fato de eu ser menino então vivíamos brincando, ela gostava de inventar histórias fantasiosas e de representar enquanto eu ficava ouvindo com muita atenção e me empolgava com suas trocas de roupas, seus penteados extravagantes, para cada história era uma roupa e um penteado diferente.

A minha infância até que foi divertida, nossa casa sempre foi alegre, as portas e janelas e estavam sempre abertas.

— Abra tudo, todas as janelas, portas e vidraças deixe a luz do Sol entrar! Casa fechada vira túmulo — dizia mamãe.

Os vizinho e meus amigos eram bem recebidos a qualquer hora, minha avó acabou morando conosco também.

Na Páscoa, nossa casa virava uma fábrica de chocolate, elas faziam ovos para vender aos vizinhos e todas as crianças da rua acabavam ganhando um, que eram escondidos e tínhamos que encontrá-los, cada criança recebia uma dica, que levava outra dica, que levava a terceira e de lá tinha que matar uma charada que levaria aos ovos, era uma festa.

No Natal a árvore era repleta de presentes, coisas que elas faziam com tecido, miçangas e papel reciclado, todos ganhavam uma lembrança, eram agendas, cadernos de receitas, diários, pulseiras, colares, brincos, bonecas etc.     A Ceia era na rua, os vizinhos traziam seus pratos e comíamos todos juntos depois ficávamos sentados conversando até o dia amanhecer.

Quando acabava a luz a gente brincava de esconde-esconde, ela emaranhava seus longos cabelos crespos, passava uma maquiagem bem escura nos olhos, borrava em volta da boca com um batom vermelho e saia a minha procura com uma vela na mão, imagine você no meio da escuridão eu via apenas aquele rosto borrado, claro que me escondia e ao mesmo tempo que eu adorava, também sentia muito medo. Uma vez senti tanto medo que fiquei parado, quando ela chegou bem pertinho e se abaixou para me pegar, eu bati forte em sua cabeça com um instrumento musical de meu pai.

Minha avó me contou que desde que começou a andar ela já dava trabalho, pois não podia ficar sozinha, quando viu o portão da casa aberto, saia e ia embora, por várias vezes, alguém esquecia de trancar o portão e depois todos precisavam sair pelo bairro procurando por ela. Ela simplesmente saia e ia andando sem destino.

Aos 4 anos ela foi encontrada depois de 3 dias em um acampamento cigano, viu umas ciganas passando pela rua, achou-as bonitas e seguiu-as até seu acampamento e ficou por lá, pois não sabia voltar para casa. As ciganas contaram que foram a feira e na volta viram que aquela criança estava no meio das suas e ninguém sabia de onde era.

No começo ela apanhava muito de meu avô, não chorava, apenas olhava fixamente para os olhos dele durante o castigo, o que o desconcertava. Chegaram à conclusão de que ela tinha uns parafusos soltos e a mantiveram presa dentro de casa.

Conforme fui crescendo e entendendo as coisas, comecei a achar que havia alguma coisa estranha com ela, era diferente das outras mães, então comecei a questionar meu pai.

Para meu pai tudo era muito normal eles se amavam e era isso que importava, se divertiam muito, viajavam nas férias mesmo sabendo que ela ia se perder em algum lugar e saiam para dançar toda semana.

Quanto as suas manias, que eram várias e duravam um certo período; nas épocas das leituras, ela lia 20 livros em menos de 10 dias, e todos da casa acabavam se envolvendo de alguma forma nas histórias, pois ela ia andando pela casa e ia lendo em voz alta, depois vinha a mania da pintura, pintava dia e noite uma tela após a outra, depois vinha a fase do crochê, fazia muitas toucas e cachecóis e doava para qualquer pessoa, teve a fase das bonecas de pano, das velas, dos sabonetes, das bijuterias, enfim terminava uma mania começava outra.  

Eu sempre conversei muito com mamãe e ela as vezes me dizia: — Não pense que é fácil ser eu. Tem épocas em que eu também não me aguento.

Quando fiz 18 anos fui estudar em uma Universidade em outro estado, não foi fácil para ninguém, imagine para mamãe. Viajamos 15 horas para fazer a matrícula e arrumar um lugar para eu morar, ao chegar no Campus os veteranos já estavam sentados olhando os calouros que se matriculavam. Um deles até chegou a perguntou que curso eu ia fazer.  Mamãe olhava aqueles rapazes com suspeita, de repente ela nos deixou e foi até o grupo de rapazes, chegou bem pertinho deles e falou:

— Se vocês encostarem um dedo em meu filho, eu volto aqui e garanto que castrarei cada um de vocês sem anestesia. Estou falando sério! Estão me entendendo! 

Ela tinha o semblante sério, foi muito assustador. Todos ficaram encarando minha mãe, e eu não sabia onde enfiar a minha cara.

Depois de arrumar um lugar para ficar, mesmo que provisório meus pais retornaram, deixando bem claro que eu deveria ficar longe dos trotes, não participar da primeira semana de aula e ligar para casa todos os dias.

Eu, como todo adolescente, quis aproveitar tudo que a vida podia proporcionar longe dos olhos de meus pais. Claro que fui participar do trote no primeiro dia de aula e esqueci-me de colocar o celular para carregar.

Como eu não liguei para casa, meus pais ficaram o dia todo tentando me encontrar, quando já estava anoitecendo, ficaram sabendo não sei por quem que eu tinha saído às 7h para participar do trote. Foi aí que minha mãe enlouqueceu de vez.

Meu pai falou que ela gritava, chorava e andava de um lado para outro da casa, dizia que eu estava boiando em um lago qualquer da cidade. Ligaram para a polícia, para o corpo de bombeiro, para o coordenador do curso, para todos os alunos da lista de aprovados do meu curso, para o porteiro do prédio e para os rapazes que iam dividir o apartamento comigo.  

Às 23h, estava eu todo feliz num churrasco organizado com o dinheiro do trote, pois ficamos o dia inteiro no semáforo pedindo dinheiro, quando começou a chegar gente me procurando, e não era pouca gente, o porteiro do prédio onde eu ira morar já estava de folga, então foi com a esposa e os filhos, o coordenador do curso me olhou de um jeito que eu nunca mais esqueci, isso sem falar nos policiais que me deram uma bronca e me fizeram ligar para casa. Só sei que os veteranos com quem eu ia morar me levaram para o apartamento e disseram que eu deveria encontrar outro lugar para morar, que não ia dar certo viver com eles. Não respondi nada, fiquei bem quieto e chorei em silêncio, por ter passado tanta vergonha.           

Não era à toa que minha avó não a deixava cozinhar, era muito intensa em tudo que fazia, queria de fazer vários pratos ao mesmo tempo. 

Quando minha avó não estava presente ela ia para a cozinha e dizia: — Quem falou que precisa por sal no feijão? Eu gosto de feijão com açúcar!   Coma feijão com o que você quiser.

Fazia bolos e pães, mas todos tinham de ficar de olho em todos os detalhes. Os pães saíam com ovos inteiros e os bolos salgados, com talheres no meio. Chegamos até a comer bolo de fubá salgado e com pimenta.

O fato mais grave de que me lembro, foi no aniversário de 35 anos de meu pai. Ele não gostava de festas, então resolvemos fazer um jantar surpresa. Minhas avós e minhas tias chegaram trazendo cada uma, um prato. Minha mãe quis ficar responsável pelas tortas e salgados. A mesa ficou linda. Os pratos foram colocados um a um, todos com uma aparência maravilhosa, só faltavam os assados de minha mãe. Meu pai chegou, e foi aquela surpresa. Estávamos prontos para comer, brindamos e alguém lembrou que estava faltando à mamãe com os seus assados. Eu saí do meu lugar e fui até a cozinha ajudá-la.

Chegando lá, vi que a bancada da pia estava repleta de assadeiras. Tinha também assadeiras no chão e em cima do fogão. Cheguei a contar doze pratos, com várias partes de carnes e aves assadas.

O cheiro era inebriante, a aparência maravilhosa. Ela estava muito contente com seu trabalho, enfeitara todos os pratos, com muita delicadeza e carinho, parecia uma criança em meio aos seus brinquedos.

Comemos muito, e distribuímos para os vizinhos um pouco daquela fartura. Ninguém teve a preocupação de perguntar onde ela encontrou tantas carnes. Dias depois ouvimos boatos de sumiço de alguns animais da vizinhança.

Foram encontrados esqueletos de bichos em nosso quintal, até os coelhos e os pombos de minha vizinha sumiram. Vi uns cartazes na padaria e nos postes do nosso bairro, de alguns animais desaparecidos, mas nunca pudemos provar nada, e muito menos perguntar para ela.

Eu estava acostumado com a minha vida em família, na  verdade não conhecia outra. O que é ser normal ou ter uma família normal, quem sabe? Todos têm seus altos e baixos. Todos têm conflitos, só sei que tenho aprendido muita coisa sobre fé, amizade, compaixão e principalmente amor.

 

segunda-feira, março 30, 2020

Ouviu-se falar em inúmeras mortes

Ouviu-se falar em inúmeras mortes Teresa Azevedo Poeta, Escritora, Coordenadora do Projeto Lítero Social Ondulações Membro Efetivo da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni Teresaazevedo.projetos@gmail.com Amanheceu no caos do planeta, o caos não começou ali, ele já existia desde a antiguidade até os tempos atuais e até a consumação dos séculos. Ouviu-se falar em inúmeras mortes em todo canto por um micro-organismo invisível, caixões se enfileiraram pelas ruas ou em caminhões refrigerados até que fosse possível enterrar tantos mortos durante os picos da epidemia, as pessoas foram isoladas em suas casas – tinha-se que evitar toda espécie de aglomerações, as ruas ficaram desertas, muitos se desesperaram pela solidão instaurada, outros por perderem seu sustento desesparançosos de dias melhores, criando uma corrida desenfreada aos supermercados esvaziando as prateleiras – houve estoque de produtos em muitas casas e falta do mínimo em outras. Nos hospitais, as equipes exauridas buscavam força e coragem para continuarem trabalhando, faltaram leitos, equipamentos, medicamentos e o cheiro da morte impregnava todos os ambientes. Muitos passaram a trabalhar remotamente de suas casas. Lojas, shoppings, hotéis e restaurantes fecharam suas portas. Só os serviços essenciais continuaram trabalhando. A necessidade de uma logística emergencial era premente em todas as áreas e os governos brigavam entre si para estabelecê-las, uns com consciência e sobriedade mesmo em meio à gravidade da situação, outros visando somente o poder. A economia de muitos países desabou, as consequências da crise mundial foram desastrosas e terríveis sob todos os aspectos. O pânico se instaurou no caos. E então o caos preexistente, aquele com o qual as pessoas não se importavam mais e que diariamente ouviam falar de homicídios, suicídios, chacinas, feminicídios, homens-bomba, sequestros, corrupção, roubos, aquecimento global, fome no mundo e tantas outras notícias que já não as abalavam porque não as afetavam diretamente e que poderiam comentar tais desgraças e no minuto seguinte continuar vivendo suas vidas, desapareceu. Agora era diferente, aquele vírus poderia ser letal para qualquer um de nós e seu ataque não afetava apenas um, mas todos e multiplicava-se com uma rapidez espantosa e não respeitava fronteiras, condição social, poder ou coisa que o valha. Sim, a pandemia trouxe medo, pânico, insegurança, solidão, mas trouxe principalmente a oportunidade de nos reconectarmos com Deus, de valorizarmos a família, os amigos, o amor, de nos unirmos em um só clamor por todo planeta. Deus estava dando ao homem mais uma oportunidade de se reconciliar com Ele, de lembrar de onde veio e para onde irá, que Ele enviou Seu filho ao mundo para salvar a humanidade, não apenas de um vírus para que continuasse vivendo nesta Terra, mas para viver com Ele por toda a eternidade. Ainda seriam mais alguns dias, talvez meses, e como nas batalhas há baixas de alguns soldados, a cena de devastação do “pós-guerra” não seria bonita e levaria algum tempo para rearrumar a casa e nos recompor. Minha oração foi para que todos fôssemos fortes não apenas em nós mesmos, mas em Deus e no amor de uns para com os outros, que ao fim desta batalha tenhamos aprendido muito, tenhamos crescido, produzido bons frutos, amado e orado como nunca fizemos antes, de modo a crermos e nos rendermos ao Filho Unigênito de Deus – Jesus o Cristo, que a mensagem deixada por este período crítico fique cravada em nossas mentes e corações como um tempo de superação e não de derrota.

sábado, maio 14, 2016

Projeto Ondulações

O que é e como surgiu a ideia do Projeto Ondulações? Do desejo de transmitir a outros minha alegria por ter a poesia como uma aliada. Eu passei a publicar minha obra aos 50 anos e com ela veio a tão almejada realização pessoal. Até que a poesia me acolhesse de forma terapêutica, afinal com ela eu dividia minhas dores, limitações, sonhos, enfim, eu não me sentia aceita no mundo racional/burocrático em que vivia. Como gratidão e na esperança de encontrar outros, que como eu, precisassem derramar suas almas através da arte escrevi "Projeto Ondulações 2013 - Gênesis" e a proposta era um compartilhar meus escritos com os dos leitores. A partir daquela publicação surgiu a ideia de ir ao encontro das pessoas fragilizadas por suas mazelas. Desde 2013 o Projeto tem ido a diversas Instituições e alcançado vidas, mas principalmente temos aprendido com os assistidos. A cada evento ou visita sinto-me renovada. Convido-o a conhecer as publicações do projeto que se encontram disponíveis no link: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/0B-JZhP45QaFxa0w4SDlWU251dDQ​ São elas: - Projeto Ondulações aprovado no III Encontro da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro em outubro de 2013 em Maceió; - Projeto Ondulações 2013 - Gênesis; - Projeto Ondulações 2014 - Propostra e resultados - Poesia e Pensamento em Ação - Projeto Onduações 2015 e - Projeto Ondulações 2015 - Ondas Poéticas Convido-o a visitar os links da Cooperativa Clube de Autores ( https://www.clubedeautores.com.br/authors?sort=&topic_id=&utf8=%E2%9C%93&what=teresa+azevedo&where=authors ), onde estão à venda outros livros de minha autoria e a assistir ao video sobre o Projeto www.youtube.com/watch?v=qM3t5Dp2Y_I, Participe! Você é muito importante para nós! Teresa Azevedo Membro Efetivo da ANLPPB - Cadeira 06 (Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro) e Coordenadora do Projeto Ondulações

sexta-feira, dezembro 26, 2014

Até que nós poesia

“A beleza não está na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.” Lygia Fagundes Teles.

Até que nós... poesia.

Poesia ao despertar e aurora linda e radiante.
Poesia ao longo do dia a labuta sem fronteiras.
Poesia do entardecer, enfim o Happy hour inquieto.
Poesia do anoitecer é desejo de ter você.
Poesia noite a dentro: você chega e eu...
E depois o sono.
POESIA!
O sono e sonho.
POESIA!
Até que nós... POESIA.


Autoria da poeta e escritora: Teresa Azevedo

Tela de Edward Robert Hughes (1851 – 1914) - pintor Inglês que trabalhou em um estilo influenciado pelo Pre rafaelismo e esteticismo. 

sexta-feira, novembro 28, 2014

Projeto Ondulações

O Portal do Poeta Brasileiro é um projeto idealizado pela escritora Aline Romariz com a finalidade de reunir, em um só local (portadopoetabrasileiro.blogspot.com.br), poetas e escritores (com livros publicados ou não) de todo o país. Iniciou suas atividades no ano de 2009. Desde então, organiza os Saraus mensais, como uma forma de confraternização entre seus integrantes, além dos encontros anuais em Bienais e Feiras de livros e literatura (que já contam com a presença de poetas do Brasil todo). Hoje possui mais de 5000 poetas cadastrados em sua página no facebook (https://www.facebook.com/portaldopoetabrasileiro2?fref=ts).

Em abril de 2011, a Editora Iluminatta foi fundada a fim de publicar seus poetas em antologias e livros de pequenas tiragens, alternativa acessível para autores iniciantes.

No dia 15 de dezembro de 2012 houve a cerimônia de formação e posse dos membros da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, da qual sou membro, ocupando a cadeira 06.


ACADEMIA NACIONAL DE LETRAS DO PORTAL DO POETA BRASILEIRO - ANLPPB
 
A Academia é presidida pela escritora Aline Romariz, incansável defensora da divulgação da poesia, e da luta pela valorização do poeta vivo.
Desde sua formação, muitos projetos de incentivo à leitura, poesia, interação poeta-escritor/leitor e tantos outros foram apresentados. Dentre eles, encontra-se o Projeto “Ondulações” idealizado e coordenado por mim.

PROJETO ONDULAÇÕES
“INTERAGINDO COM A DIVERSIDADE”

Idealização e Coordenação Teresa Azevedo
Há nestes jardins uma grande diversidade de cores e néctares. Surgem de todos os cantos as abelhas, cada qual com seu próprio mel – belo, impactante.
Objetivo Geral:
Transformar vidas através da arte.
Objetivos Específicos:
Melhorar a qualidade de vida dos assistidos;
Disseminar a poesia e outras formas de arte;
Mostrar a crianças, jovens e adultos de quaisquer classes sociais, clinicamente saudáveis ou não, livres ou presos de alguma forma, a repensarem suas vidas através da poesia e, desta maneira, utilizarem a arte como processo terapêutico. A cada participante será, ainda, sugerido o compartilhamento de sua experiência;
Preparar facilitadores que possam encabeçar o projeto na comunidade já assistida;
Contemplar com bibliotecas comunitárias as comunidades que estiverem aptas.
A poesia será levada a pessoas de diversos perfis – crianças em orfanatos, idosos em Casas de Repouso de curta ou longa duração, pacientes em clínicas de saúde mental e hospitais, moradores de comunidades carentes, pessoas institucionalizadas em presídios, etc – com o objetivo de expandir o alcance das formas de arte, promover a melhoria da qualidade de vida e ampliar horizontes dos assistidos, colaborar para uma sociedade melhor, além de disseminar a cultura e, desta forma, valorizar os artistas vivos.
Buscamos a valorização do poeta vivo e a disseminação da poesia de forma real, unidos em um único ideal: ocupar nosso espaço na sociedade enquanto poetas vivos.

Sendo o cronograma de final de ano o seguinte para o que conto com a sua participação:



·         02/12/2014 – 14:30h - Casa de Repouso Pousada da Maturidade Jardim Pauliceia – Rua Oswaldo Oscar Bartheison nº 313 – Jardim Pauliceia – Campinas/SP.

·         09/12/2014 – 14:30h - Casa de Repouso Pousada da Maturidade Jardim Pauliceia – Rua Mendonça nº 46 – Jardim Londres – Campinas/SP.

·         15/12/2014 –15h – Centro Corsini – O evento acontecerá no espaço cultural da Companha CENARTE – Av. João Jorge nº 166 – Vila Industrial– Campinas/SP.

·         18/12/2014 – 14H – Hospital Candido Ferreira – Rua Antonio Prado nº 430 – Souzas – Campinas/SP.

·         19/12/2014 –15h – Lar da Criança Feliz – O evento acontecerá no espaço cultural da Companha CENARTE – Av. João Jorge nº 166 – Vila Industrial– Campinas/SP.

·         23/12/2014 - 14:30h - Hospedagem de Idosos Nossa Senhora Aparecida, Av. Abolição nº 2432 - Campinas/SP (sentido Valinhos próximo ao Extra) na Festa de final de ano.

segunda-feira, julho 28, 2014

Batem as asas do adeus





Batem as asas do adeus
Rompendo o céu do acaso
Faz-me compreender a ira
Engole-me em minha gula
E indo de longe me acena
Em um sol de retorno
Na lua de permanência
No preâmbulo da carne
No vil de uma jornada
Triste e fria, revoada
Ao sul com pares em formação
No norte apenas a canção
Batem as asas do adeus
Rompendo o céu do acaso.

Poesia de Teresa Azevedo.

Pintura de Ismael Nery pintor brasileiro de influência surrealista.

sexta-feira, julho 25, 2014

Arraial CIS Guanabara

Não percam Arraial Solidário na Estação Guanabara (CIS Guanabara)
Rua Mario Siqueira 829 - Botafogo - Campinas SP
Das 16 as 20hs


quinta-feira, julho 17, 2014

Miscelânea poética



Miscelânia poética

Cambaleante.
Espectro calvo.
Chuvisco em névoa.
Frio, vento e escuridão.
Os conhaques guela abaixo.
Esquenta e sorri, tolo.
Verborralgia desconexa.
Espirro de idéias.
Idéias?
De
Ecos
Internos,
Aflorados,
Sem sens O
                      POSTO S
                                       ENIS


Poesia de Teresa Azevedo




Pintura de Paul Klee - pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, grandemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo, e surrealismo.

Aldravia 1

Seguindo a dica de Lucia Narbot sobre aldravia...

ALDRAVIA 1

horizonte
me
chama
não
resisto
entrego-me...

Poesia minimalista de 
Teresa Azevedo

Pintura de Henri-Julien-Félix Rousseau - pintor francês inserido no movimento moderno do pós-impressionismo.

sábado, julho 12, 2014

Tarde, mormaço


É tarde. Mormaço!
Anúncio de chuva. E agora?
Eu, sem guarda-chuva...

Fragmento de poesia de Teresa Azevedo – Cadeira 06 - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro


Pintura de Vincent Van Gogh - pintor pós-impressionista holandês do século XIX. As obras de Van Gogh são conhecidas por sua beleza rústica, honestidade emocional e cores ousadas. Van Gogh recebeu o reconhecimento de sua genialidade apenas após sua morte, e influenciou fortemente o mundo da arte no século XX, onde foi considerado um dos maiores pintores de todos os tempos..

Descortine-os

Pintores dão vigor a imagens estáticas,
Poetas captam sentimentos velados e os transformam em versos.
Todavia, cabe a você descortiná-los e explorá-los.

Fragmento de poesia de Teresa Azevedo – Cadeira 06 - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro

Pintura de Juan Gris, pseudónimo de Juan José Victoriano González (Madrid, 23 de marçode 1887 - Boulogne-Sur-Seine, 11 de maio de 1927)1 , foi um dos mais famosos e versáteis pintores e escultores cubistas espanhóis. Apesar de ter falecido jovem, Juan Gris representa o expoente máximo do cubismo sintético.

Intocável


Intocável, improvável é alcançar seu ser.
Sua redoma é tão resistente e cruel.
Prefere esconder-se em seus medos.
Caminha tão somente para dentro de si.
Afugenta o mundo para não ser ferido.
Tire a máscara, saia do labirito de seus nós.
Crie coragem e me dê sua mão.

Fragmento de posia de Teresa Azevedo – Cadeira 06 - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro
Pintura de Gustav Klimt - pintor simbolista austríaco. Em 1876 estudou desenho ornamental na Escola de Artes Decorativas.

quinta-feira, julho 10, 2014

Entregar-te minh'alma, o coração meu.



Entregar-te minh'alma, o coração meu.
Fazer-te minha, totalmente minha e mulher,
Com meus beijos alimentar teu ser
E em teus seios repousar nas noites.       

Fragmentos de poesias extraído dos livros: Faíscas da paixão, Peripécias de Poeta, Poesia com Brady e Ondulações de Teresa Azevedo


Pintura de John William Waterhouse - pintor neo-clássico e Pré-rafaelita do Reino Unido, famoso por seus quadros representando personagens femininas da mitologia e da literatura.

Como alcançar o inalcançável




Como alcançar o inalcançável?
Como tocar o inacessível?
Como contemplar o invisível?
Como ouvir canções mudas?

Fragmento de poesia de Teresa Azevedo.
Seus livros encontram-se no site www.clubedeautores.com.br


Pintura de Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa - pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boêmia de Paris do final do século XIX.

Sem ar, sem ar, sem ar...



Já não se pode respirar
Nem há como se amar.
Vive-se, tão somente, a vegetar.
Sem ar, sem ar, sem ar...

Fragmentos de poesia de Teresa Azevedo. Seus livros encontram-se no site www.clubedeautores.com

Pintura de Alfons Maria Mucha -  pintor, ilustrador e designer gráfico checo e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau.

sexta-feira, junho 27, 2014

Para além dos olhos


Para além dos olhos

Para além dos olhos está a alma
Com ela, a alma, está à poesia.
A poesia que advém de todos os sentidos.
Sendo assim ao alcance de todos nós.
Para que, além das limitações humanas,
Haja luz para todos os povos e corações
Ressoe lindos sons pela terra nossa
Que não falte o paladar para o sabor do amor
Que não falte o tato para aquecer as criaturas
Lucidez para toda loucura de loucos e sãos
Que pássaros multicores inundem de alegria
Os pensamentos e reflitam em atitudes benéficas
Que reine a paz sobre todos os homens
E, pelo clamor da poesia saciemo-nos e
Derramemos nossas dores e alegrias.
Através da poesia, ela que nos concede.
A dádiva de podermos enxergar com os olhos de Deus.
Amém!


Poesia de Teresa Azevedo extraída da antologia do Instituto Campineiro de Cegos Trabalhadores - ICCT que pode ser adquirida através do e-mail rmcappi@yahoo.com.br


Pintura de Albert Lynch pintor peruano que viveu no período de 1851 a 1912.